Simpósio apresenta os desafios e oportunidades na pesquisa clínica em Chikungunya
Evento acontecerá no dia 10 de maio, no Rio de Janeiro, e marca o lançamento da Rede Replick, consórcio nacional de estudos clínicos sobre a doença coordenado pela Fiocruz
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde, está organizando o Simpósio Desafios e Oportunidades na Pesquisa Clínica em Chikungunya: Produzindo Evidências para Saúde Pública. O encontro será marco do lançamento da Rede de Pesquisa Clínica e Aplicada em Chikungunya (Replick), consórcio nacional de estudos clínicos sobre a doença coordenada pela o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). O evento será realizado no Rio Othon Palace, no dia 10 de maio, no Rio Othon Palace Hotel, e é voltado para profissionais de saúde, pesquisadores, gestores, estudantes de graduação e pós-graduação, e demais interessados no tema.
O Simpósio busca promover uma ampla discussão sobre os desafios enfrentados no manejo clínico e na busca por evidências científicas para um melhor tratamento da infecção por Chikungunya. Para tanto, envolverá os integrantes da Replick, responsáveis pela condução do Estudo Multicêntrico da História Natural e Resposta Terapêutica da Infecção pelo Chikungunya, e seus parceiros estratégicos do Ministério da Saúde (Secretarias de Atenção à Saúde, Vigilância em Saúde e de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), da Opas e de Biomanguinhos/Fiocruz.
A solenidade de abertura do encontro contará com as presenças da presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, da diretora do INI/Fiocruz, Valdiléa Gonçalves Veloso dos Santos, do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS), Denizar Vianna de Araújo, do secretário de Vigilância em Saúde (SVS/MS), Wanderson Kleber de Oliveira, do secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ), Edmar Santos, da secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ), Ana Beatriz Busch e do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Sinval Pinto Brandão Filho.
Entre os destaques da programação estão o médico infectologista André Siqueira, pesquisador do Laboratório de Doenças Febris Agudas do INI/Fiocruz e coordenador da Rede Replick, que apresentará o trabalho a ser desenvolvido por esta iniciativa nos próximos três anos, o cientista mexicano da Universidade de Oxford (UK), Arturo Sandoval, desenvolvedor uma vacina contra o vírus do Chikungunya, já em fase avançada de testes em seres humanos na Inglaterra e no México e que está em busca de parceiros no Brasil, além de Hugh Watson, da Universidade da Georgia (EUA), que falará sobre tratamentos inovadores para combater a doença através do uso de anticorpos monoclonais.
Conheça a Replick
A Rede de Pesquisa Clínica e Aplicada em Chikungunya (Replick) é um consórcio de estudos clínicos aplicados à Chikungunya que visa, além de constituir um biorepositório/biobanco sobre a doença, reunir informações uteis baseadas em evidências científicas que sirvam como base para orientações para o tratamento da doença. Os dados serão obtidos através do acompanhamento de dois mil voluntários durante três anos.
A iniciativa é coordenada pelo INI/Fiocruz, no Rio de Janeiro, e os estudos realizados pela Rede são financiados pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), envolvendo 11 centros de pesquisa em nove estados brasileiros (Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo).
Mais sobre o Chikungunya
A febre pelo vírus Chikungunya é um arbovírus, ou seja, aqueles transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos (Aedes aegypti e Aedes albopictus). Foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2014, tendo sido isolada pela primeira vez em 1952, na Tanzânia.
A infecção pela doença pode ser identificada através de febre, dor de cabeça, mal-estar, dores no corpo e nas juntas e articulações (joelhos, cotovelos, tornozelos, etc). O quadro agudo dura até 15 dias e a cura ocorre espontaneamente. A pessoa infectada pode apresentar, em alguns casos, manchas vermelhas ou bolhas pelo corpo nesse período.
Algumas pessoas podem ainda desenvolver um quadro pós-agudo e crônico de Chikungunya, resultando em dores nas juntas que podem durar meses ou anos. É importante destacar que uma vez infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Não existem vacinas ou medicamentos contra Chikungunya. A única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo os domicílios sempre limpos e eliminando possíveis criadouros.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, até a semana 11 de 2019 (30/12/2018 a 16/03/2019), oram registrados 12.942 casos prováveis de Chikungunya no país, com uma incidência de 6,2 casos/100 mil habitantes. Nesse mesmo período, em 2018, foram 23.484 casos prováveis. Em 2019, a região Sudeste apresentou o maior número de casos prováveis da doença, com 8.536 casos (66,0 %) em relação ao total do país. Em seguida, aparecem as regiões Norte (2.139 casos; 16,5%), Nordeste (1.786 casos; 13,8 %), Centro-Oeste (293 casos; 2,3 %) e Sul (188 casos; 1,5 %). Em 2019, não foram confirmados óbitos por Chikungunya e existem 14 óbitos em investigação. No mesmo período de 2018, foram confirmados 9 óbitos (1 na Paraíba, 4 no Rio de Janeiro, 4 no Mato Grosso). Saiba mais sobre a doença no site do Ministério da Saúde.
Serviço: Simpósio Desafios e Oportunidades na Pesquisa Clínica em Chikungunya: Produzindo Evidências para Saúde Pública Data: 10/05/2019 Horário: 8h – 17h30 Local: Rio Othon Palace Hotel – Av. Atlântica, 3264 – Copacabana/RJ Confira a programação completa do simpósio.
Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal